Saudade outonal

Quem levanta tão alto as folhas do véu caminho?
Àquelas que amadureceram
Desprendidas
Dançam ao vento
No rodopiar das estações.
Como pode uma folha viva
Viver longe do seu ramo?
Deixar a árvore vazia
Gelada e com poucos encantos.
Para onde vão as folhas na varredura do tempo?
Só o vento
Só o vento
Que sopra o invisível
para acalmar
Aquela dor indizível
Da saudade outonal.
Profundo, gostei!
Para você deve ser bem diferente, saber que aí estás no outono e a sua saudade seja o verão ou a primavera das bandas de cá…
Enigmático o rumo da poesia… nesse poema eu me coloquei no lugar de uma pessoa querida que perdeu alguém importante, então, falava de morte. Minha saída (distância) do Brasil também foi uma morte (da proximidade, da área de conforto), mas, uma morte tolerável, têm outras que não são… Ainda assim, o vento continua soprando as folhas ao infinito.