Linda cratera, profundo lago.
A cratera era gigante jamais vista
De rocha marrom alaranjada
Atraente e imponente
Punha medo em toda gente.
Decidi vou desbravar
Subo pedra a pedra
Sem equipamento
Sem experiência
Sem saber o que estava fazendo.
Movida pela cor, pela dor, pelo instinto
O pé escorrega, insisto.
Vestígios da rocha cairam em meu filho. Prossigo.
Atinjo o topo
Parece delírio
Tudo tão lindo!
Contraste do laranja com o infinito azul do céu.
Mais perto percebo que a rocha
Têm veios brancos
Fico em contemplação
Por instantes saio de mim
Até escutar: mãe, mãe.
Olho para baixo preciso descer
O buraco é grande
Não encontro o caminho de volta.
Resolvo dar mais um passo
Despenco de vez
No fundo da catrera há um lago de areia movediça
Que cheira enxofre.
Meus pés quase o toca
Percebo que tudo o que cai lá se esvai
Pedras, animais, plantas, gente.
A única sobrevivente é uma
Touca feita de plumas brancas
Eu não tenho essa leveza.
Água e areia podre continuam jorrando fumaça
Não consigo respirar
Mãe, mãe.
Olho para o lado cambaleante
Vejo um estreito caminho
entre a rocha e o lago
Mãe, mãe.
Resolvo passar
Sei que ficarei sem pés
O lago é quente como vulcão
Pisei nas brasas
Passei, segurei na mão do meu filho
Não sei se sobrevivi.
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SOBREVIVEU NO ENCANTO!
Alda, seu nome pode ser esperança, sempre renova a gente. Boa semana.
OBRIGADA, QUERIDA! IDEM! ♥